Explorando o Chipre inteiro, do sul ao norte em 7 dias

Depois de 10 dias na Jordânia, era hora de continuar a viagem e a próxima parada foi o Chipre, um país minúsculo que faz parte da Europa e fica no meio do Mar Mediterrâneo. Mesmo sendo super pequeno, com uma área que corresponde à metade do menor estado do Brasil, Sergipe, o Chipre é um país dividido, sob dois governos diferentes. Se estiver curioso para saber mais sobre esse país não muito conhecido para nós brasileiros, é só ler esse post.

A história do Chipre

Localizado no leste do Mar Mediterrâneo, num lugar bastante estratégico militar e comercialmente, o Chipre é um país com uma história riquíssima, o que se traduz em traços que podemos ver até hoje.

A história do Chipre remonta a milhares de anos atrás, com as primeiras evidências de habitação humana datando de cerca de 8.000 a.C. Durante a Antiguidade, Chipre foi governada por diversas potências da época, de egípcios a persas, porém ninguém influenciou mais a ilha do que os gregos e romanos. No século IV a.C. Chipre foi conquistada pelos gregos, que introduziram sua cultura na ilha, incluindo a língua que persiste até hoje. Em 58 a.C., foi o momento dos romanos conquistarem a ilha e tornando-a um importante colônia do império por uns 400 anos.

Durante a Idade Média, Chipre foi governada por vários impérios, incluindo os bizantinos, os árabes e os cruzados. Em 1489, Chipre foi conquistada pelos otomanos e governada por eles até 1878, quando a ilha foi cedida à Inglaterra como colônia. Durante este período, a maioria da população cipriota era grega ortodoxa, enquanto a minoria turca se concentrava nas áreas urbanas.

Alguns ano após a Segunda Guerra Mundial, em 1960, o Chipre se tornou independente da Inglaterra, mas a tensão entre a comunidade grega e turca continuou a crescer, levando a um conflito civil que eclodiu em 1963. Em 1974, um golpe militar grego falhado levou à invasão turca do norte da ilha e a divisão do Chipre em dois Estados independentes, o Chipre do Norte e o Chipre do Sul. A situação continua sem solução até hoje, e a questão da unificação do Chipre permanece uma questão importante na região.

Atualmente, há uma linha de 180km administrada pela ONU que divide a pequena ilha em 2 países: o Chipre (do Sul), que fala grego e que faz parte da União Europeia, e o Chipre do Norte, que fala turco e é controlado pelo governo da Turquia. É muito interessante atravessar a linha e ver como muita coisa muda de um lado para outro.

Em relação a turismo, o sul é muito mais desenvolvido e visitado do que o norte, por ser muito mais conectado à Europa, com aeroportos que tem inclusive voos Ryanair. Eu, porém, para conhecer o país inteiro, resolvi ficar um tempo em cada lado para poder ter a experiência completa e ver com meus próprios olhos como funciona um país dividido ao meio.

Roteiro de 1 semana no Chipre

O jeito mais fácil (e econômico) de chegar ao Chipre é por avião. Há diversos voos de capitais europeias (com empresas low-cost, como Ryanair) até a cidade de Pafos, que fica no sul da ilha. Por conta disso, minha viagem cipriota começou lá. E como eu queria seguir viagem para a Turquia depois do Chipre, acabei saindo do Chipre do Norte de barco em direção a Mersin, na Turquia.

Assim, o roteiro que fiz foi o seguinte:

Dia 1: Chegada em Pafos (noite em Pafos)

Dia 2: Visita à Pafos e arredores (noite em Pafos)

Dia 3: Ônibus até a capital, Nicósia (noite em Nicósia)

Dia 4: Visita à Nicósia e arredores (noite em Nicósia)

Dia 5: Minivan até Kyrenia (noite em Kyrenia)

Dia 6: Visita à Kyrenia e arredores (noite em Kyrenia)

Dia 7: Minivan até Famagusta, visita à cidade e arredores e embarque rumo à Turquia (noite no barco)

Bora lá então conhecer um pouco mais do que fazer em cada um desses lugares.

Pafos

Por de entrada para muitos dos turistas que visitam o Chipre todos os anos, Pafos é uma simpática cidade costeira localizada no sudoeste do país. Interessantemente, a cidade é dividida em duas zonas: a parte baixa, onde há muitos hotéis e lojinhas de souvenir, e a parte alta, que é menos turística, mas que também tem seu charme.

Pafos um destino muito visado por turistas ingleses e alemães, que ficam o dia inteiro torrando no sol deitados nas espreguiçadeiras dos muitos hotéis e resorts à beira-mar. Eu, porém, não curto muito esse tipo de viagem, então tentei conhecer um pouco mais da parte cultural que a cidade tem a oferecer.

Sem dúvidas, o lugar mais interessante do ponto de vista histórico é o Sítio Arqueológico de Pafos, que fica na parte Baixa da cidade. Apesar do nome não ser nada criativo, é um lugar que impressiona pela quantidade de ruínas greco-romanas que foram ali encontradas em um excelente estado de conservação.

paphos-cyprus-pafos-chipre

Os pontos altos da visita são alguns mosaicos romanos que foram acidentalmente descobertos por um agricultor na década de 1960. Localizados em diversos edifícios diferentes (com destaque para a Casa de Dionísio), esses mosaicos são impressionantes e dão uma boa ideia do esplendor de Pafos, que se deu no século 3 d.C.

paphos-cyprus-pafos-chipre

paphos-cyprus-pafos-chipre

Além dos mosaicos, o complexo arqueológico conta também com muitos outros pontos interessantes, como o Forte de Saranta Kolones, a Agora e o Odeion, um teatro antigo.

paphos-cyprus-pafos-chipre

Por conta de todas essas atrações, vale muito a pena caminhar pelo local e se perder pelas ruínas por algumas horas. Mas lembre-se de levar água, protetor solar e boné porque o sol no verão é muito forte e castiga bastante os visitantes.

Na parte baixa, Pafos conta também com um castelo localizado à beira-mar que chama bastante atenção dos visitantes, além de um outro complexo arqueológico, a Tumba dos Reis, que não cheguei a visitar.

As praias ali próximas do centrinho são de fácil acesso, porém são bastante lotadas e é difícil achar um lugar pra sentar na areia com um pouquinho mais de espaço.

Por conta disso, outro passeio que recomendo fazer ao estar em Pafos é ir visitar a Rocha de Afrodite. Reza a lenda que Afrodite, a deusa grega do amor, nasceu nessa pedra, que fica numa praia. Se é verdade ou não, não sei dizer, mas é um passeio legal para se fazer, já que não é tão longe de Pafos (uns 40 min de ônibus). Nadar na praia da Afrodite também vale a pena – é bastante bonita e não tão cheia como as praias mais próximas do centro comercial.

paphos-cyprus-pafos-chipre

Já a zona alta de Pafos não tem tantas atrações imponentes, mas é um lugar simpático onde se caminhar. Há alguns bares e cafés com uma vista panorâmica sensacional para o mar e pode ser uma boa pedida de passeio para ver as coisas por uma outra perspectiva.

paphos-cyprus-pafos-chipre

Nicósia

Capital do Chipre, Nicósia é, de longe, a cidade que mais curti no Chipre – e uma das que mais gostei nessa viagem.

Simplesmente, é a última capital dividida da Europa. Ou seja, para você atravessar de uma parte para outra (do sul ao norte e vice-versa), há um controle de passaportes. É muito bizarro e interessante ao mesmo tempo, ainda mais levando em conta que a cidade tem só 300.000 habitantes. É basicamente como se houvesse uma linha imaginária em Piracicaba dividindo a cidade em dois e aí pra atravessar para ir de um bairro a outro existisse uma fronteira.

Atualmente, as regras para cruzar a fronteira estão bem mais relaxadas do que era antes: foram quase 30 anos com as fronteiras completamente fechadas até que elas fossem reabertas novamente em 2003. Por conta disso, hoje é bastante tranquilo. É só mostrar o passaporte de um lado, passar pela zona neutra, mostrar o passaporte do outro lado e você cruza.

nicosia-chipre-turismo

Outro fato bastante curioso em Nicósia é que a cidade conta com vários lugares onde se pode cruzar a fronteira. O mais conhecido pode ser cruzado somente por pedestres e fica na Ledra Street, que é a principal rua da cidade. Outros ficam um pouquinho mais longe do centro turístico, mas contam também com lugares curiosos, como o The Home Cafe, um café que fica bem na zona buffer, nem no Chipre do Norte, nem no Chipre do Sul.

nicosia-chipre-turismo

Em relação aos pontos turísticos propriamente ditos, Nicósia oferece uma boa variedade de atrações, tanto na parte sul como na parte norte.

Assim que se chega ao centro de Nicósia, a primeira coisa que chama atenção são as Muralhas Venezianas, que têm cerca de 5km. Construídas em 1567 para proteger a cidade dos ataques dos otomanos, esses muros circundam a cidade inteira, tanto na parte sul como na parte norte e contam com uma série de portas e bastiões.

nicosia-chipre-turismo

A parte europeia de Nicósia é muito mais preparada e organizada para o turismo. Conta com uma série de museus, com destaque para o Museu Municipal Leventis, que conta a história da cidade de uma forma super completa, desde as primeiras civilizações que estiveram ali até os momentos de hoje. Como eu só tive um dia inteiro em Nicósia, optei por esse museu e não me arrependo.

Outras opções culturais incluem também o Museu do Chipre, o Museu CVAR, o Centro de Artes de Nicosia, além do Museu Bizantino. Há opções para todos os gostos e preferências de museus.

De qualquer forma, o que mais gostei de fazer na parte sul foi simplesmente de caminhar e me perder pelas ruazinhas do centro histórico. Não faltam casas com cores muito simpáticas, cafés meio hipsters e restaurantes locais nessa parte da cidade.

nicosia-chipre-turismo

Já quando cruzamos o controle de passaportes rumo à zona norte da cidade, a situação é completamente diferente. Realmente parece que estamos em um outro país. Há bandeiras da Turquia por todas as partes, as ruas são um pouco mais caóticas e menos limpas, as casas parecem mais destruídas e o dinheiro utilizado é a lira turca (em vez do euro).

nicosia-chipre-turismo

Nesse lado da cidade, as opções turísticas são mais voltadas aos monumentos otomanos, que datam do século 16, quando os turco-otomanos invadiram a cidade e se estabeleceram ali.

A Mesquita Selimiye é um dos edifícios que mais chamam a atenção. Construída como uma igreja no século 13, foi transformada em mesquita com a chegada dos otomanos, o que resultou num estilo arquitetônico bastante único.

nicosia-chipre-turismo

Outro lugar que gostei muito na parte norte foi o Buyuk Han, o mais preservado caravanserai do Chipre. Construído em 1572, esse local servia como um hotel para viajantes e comerciantes. Enquanto os quartos ficavam na parte superior, a parte de baixo era reservada aos animais, servindo de estábulo, bem como para algumas lojas. Restaurado recentemente, esse lugar possui alguns cafés e lojinhas que vendem souvenirs.

nicosia-chipre-turismo

Além desses pontos, também acredito que caminhar sem pressa, observar as pessoas e ver como a mesma cidade pode ser tão diferente ao se cruzar uma porta também é algo essencial a se fazer no norte de Nicósia. Devo também mencionar aqui que, como o norte é um pouquinho mais em conta que o sul, se hospedar nessa parte é uma boa forma de economizar uma graninha.

Kyrenia (ou Girne)

Localizada na parte norte do Chipre do Norte, Kyrenia (em grego) ou Girne (em turco) é uma simpática cidade que fica pouco mais de 30 km da capital Nicósia. Chegar lá é bem tranquilo, é só pegar uma das várias minivans diárias que saem do centro de Nicósia com direção a Kyrenia.

Apesar de não ser tão conhecida e turística como as cidades mais ao sul, a cidade não decepciona e conta com uma costa muito bonita, cheia de restaurantes tradicionais, além de algumas atrações históricas bem interessantes.

kyrenia-girne-cyprus-chipre-turismo

Sem dúvidas, o lugar mais famoso da cidade é o Castelo de Kyrenia, que fica à beira-mar e oferece uma vista espetacular da cidade. Construído originalmente no século 7, a forma atual do castelo foi finalizada pelos venezianos no século 16. Para mim, o mais legal foi simplesmente caminhar por lá, subindo e descendo as escadarias, que permitem uma vista bem bonita da costa. Além disso, o museu conta com exposições super interessantes, como os restos de um navio grego que afundou ali no século 4 a.C. Excepcionalmente conservado, o casco do navio foi remontado e nos dá uma boa ideia de como já foi no passado.

kyrenia-girne-cyprus-chipre-turismo

kyrenia-girne-cyprus-chipre-turismo

Um pouquinho mais afastado do centro, um lugar ainda mais maravilhoso a se visitar nas proximidades de Kyrenia é o espetacular Monastério de Bellapais. Antigo monastério fundado no século 13 a 220 m de altitude, o que resta hoje são ruínas bastante conservadas do que foram antigamente a igreja, o refeitório e a cozinha. A arquitetura impressiona muito, mas o que é ainda mais bonita é a vista a partir de lá. Sem dúvidas, um passeio (não muito conhecido) que vale a pena.

kyrenia-girne-cyprus-chipre-turismo

kyrenia-girne-cyprus-chipre-turismo

O centrinho de Kyrenia também é bastante simpático e merece uma caminhada, mas não tem coisas imperdíveis. Para comer, opções não faltam, mas deixo aqui como sugestão o Manti Sofrasi, um restaurante turco bastante raiz, com atendentes bastante simpáticos e um preço super acessível para mochileiros (almoço por menos de 3 euros).

kyrenia-girne-cyprus-chipre-turismo

Famagusta (ou Gazimağusa) + Varosha, a cidade fantasma

Para fechar a viagem ao Chipre com chave de ouro, a última parada foi Famagusta ou Gazimağusa (em turco), que também fica na parte norte do país. Escolhi essa cidade como minha última parada, pois, a partir de lá, algumas vezes por semana, sai um barco em direção a Mersin, na Turquia – e foi esse barco que peguei para continuar a viagem.

Porto mais importante da ilha durante a Idade Média, Famagusta foi uma das cidades mais prósperas do Chipre durante esse período. Isso é bastante perceptível hoje em dia por conta das várias ruínas que a cidade possui com um estilo bem diferente do resto da ilha.

famagusta-cyprus-chipre-turismo

Para chegar ao centro antigo da cidade, o primeiro passo é caminhar através das muralhas que a separam do restante da cidade. Construídas no século 14, elas ainda estão em um ótimo estado de conservação e oferecem umas boas paisagens aos visitantes. Em alguns pontos, inclusive, é possível subir e observar a cidade de cima, o que deixa tudo mais interessante.

famagusta-cyprus-chipre-turismo

A maior e mais impressionante construção do centro, é, sem dúvidas, a Mesquita Lala Mustafa Pasha, que era inicialmente a Igreja de São Nicolas. Construída entre 1298 e 1400, foi uma igreja católica nos primeiros 2 séculos de vida, até ser transformada em mesquita em 1571, com a dominação do Império Otomano da área. Ainda mantém uma fachada de igreja, mas dentro é uma mesquitas, sendo um mix bem interessante.

famagusta-cyprus-chipre-turismo

famagusta-cyprus-chipre-turismo

Além desses pontos turísticos, Famagusta ainda conta com o Castelo de Otelo, datado do século 14, o Palazzo del Provveditore, construído pelos venezianos perto de 1300, além de uma dezena de outras igrejas construídas antes da chegada dos otomanos. Atualmente, a maioria delas são apenas ruínas, mas são muito diferentes de se observar.

famagusta-cyprus-chipre-turismo

Porém, apesar de ter edifícios muito bonitos e uma história muito rica, o lugar mais interessante de todos que visitei em Famagusta, para mim, não está no centro antigo. E se chama Varosha.

famagusta-cyprus-chipre-turismo

Localizada ao sul do centro de Famagusta, Varosha é simplesmente um dos lugares mais bizarros que já visitei nas minhas viagens. Antiga cidade-resort, essa área (que já foi muito turística) foi rapidamente abandonada pelos cipriotas gregos logo assim que a Turquia invadiu a ilha.

famagusta-cyprus-chipre-turismo

Por conta disso, ao visitar essa região, simplesmente parece que o tempo parou (mais especialmente nos anos 1970). Isso porque o exército turco ocupou a área e só recentemente abriu para visitação. É maluco e chega a ser triste ver todos os hotéis, casas e negócios simplesmente abandonados. Algumas construções estão bem decadentes, mas outras ainda estão em boas condições. Imagina só largar tudo pra trás por conta de uma guerra. Deve ter sido bem difícil…

famagusta-cyprus-chipre-turismo

Para explorar as ruínas, recomendo alugar bicicletas que estão logo na entrada. Um passeio de 2h dá uma boa ideia da cidade fantasma.

famagusta-cyprus-chipre-turismo

Visão geral

O Chipre é um país que gostei bastante de visitar, mas não pelos motivos usuais que a maioria dos turistas visitam o país mediterrâneo. Enquanto que muita gente vai à ilha para ficar nos resorts tomando sol e se banhando no mar de águas azuis cristalinas, gostei mesmo é de conhecer mais da recente história do país.

É realmente louco ver não só o país, mas também sua capital completamente divididos. Até visitar o Chipre, era algo inconcebível para mim ter que mostrar meu passaporte para poder cruzar a rua principal de uma cidade. Mais louco ainda foi o fato de tudo ser diferente ao se passar a fronteira em alguns metros, com língua, cultura e arquitetura completamente diferentes.

Além disso, também gostei bastante de conversar com as pessoas e buscar entender um pouco mais dessa divisão, e das diferentes perspectivas que a população tem em relação às questões políticas. Ver também alguns lugares completamente abandonados foi algo muito especial, e serviu para me nos mostrar que as coisas podem mudar de forma muito brusca por conta de conflitos políticos e militares.

Sem dúvidas, recomendo visitar o Chipre inteiro, de norte a sul (ou de sul a norte). Vale muito a pena a experiência!

Esse post é a segunda parte da série de posts do segundo mochilão desse humilde blog, que durou 67 dias. A primeira parte foi sobre a Jordânia e você pode conferir clicando aqui. Para ver os demais posts, é só clicar aqui.

No caso de dúvidas ou sugestões, pode deixar um comentário aqui embaixo, que responderei assim que possível.

Aproveite também para seguir o perfil deste blog no Instagram: @mochila.raiz

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Imagem do Twitter

Você está comentando utilizando sua conta Twitter. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s