Após conhecer Andalucía, no sul da Espanha, peguei um avião rumo a Milão, minha quarta cidade no mochilão, onde eu ficaria por 2 dias, até pegar um voo para Sofia, na Bulgária.
Milão é a segunda maior cidade da Itália, com cerca de 1,3 milhão de habitantes. É uma metrópole agitada, com ares muito modernos, porém também com um centro histórico bastante rico e preservado, e com diversas atrações turísticas.
Devido à sua localização estratégica, próxima às antigas rotas de comércio, Milão já era uma importante cidade romana no século 3 a.C. Posteriormente, chegou a ser, inclusive, capital efetiva do Império Romano, entre os anos de 283 e 403. Depois, na Idade Média, foi uma das mais poderosas cidades-estado italianas, o que acabou agregando muito à cidade em aspectos culturais.
Além das suas preciosidades históricas e culturais, Milão também é internacionalmente reconhecida como centro internacional da moda e design, possuindo diversas grifes famosas e sediando grandes desfiles de moda. Sendo assim, é uma cidade cosmopolita, que oferece um pouco de tudo para os turistas.
Vamos então aos pontos de interesse para se visitar na cidade, com dicas de alguns locais mais alternativos que não se encontram nos guias de viagem:
- Duomo: cartão postal da cidade, a catedral gótica, que é a terceira maior igreja da Europa, teve sua construção iniciada no século XIV. O exterior é impressionante, tendo como adorno 2245 estátuas, 135 agulhas e 96 gárgulas. É possível visitar a catedral por dentro e também subir até o topo, porém normalmente há que encarar uma grande fila de turistas para adquirir o ticket (por isso, acabei não conhecendo por dentro).

Catedral Duomo, vista da Pizza del Duomo
- Galleria Vittorio Emanuele II: com entrada pela Piazza del Duomo, esta é a galeria mais chique de Milão, tendo sido inaugurada em 1865, e possui várias grifes bem caras, como Louis Vuitton e Prada, por exemplo. Ali dentro, também é possível observar turistas passando vergonha, ao darem três voltas sobre o testículo de um touro desenhado em um mosaico no chão da galeria. Essa tradição, reza a lenda, traria boa sorte….

Entrada para a Galeria vista da Piazza del Duomo

Galeria vista de dentro

Girando em cima dos testículos do boi… Já que estava turistando em Milão, aproveitei pra passar um pouco de vergonha também
- Cenacolo Vinciano: é o local onde se encontra a famosa pintura A última ceia, de Leonardo da Vinci. Um dos desafios para ver o famoso quadro é o esquema da visita: são apenas 25 turistas por vez, a cada 15 minutos. Devido a isso, planejamento é essencial e se deve comprar o ticket antecipadamente, principalmente em alta temporada (eu, por exemplo, não consegui ir, pois não sabia disso). Para mais informações, clique aqui.
- Castello Sforzesco: localizado no Parque Sempione, este castelo teve sua construção iniciada no século 14 para residência de um duque. Com o passar do tempo e com as invasões na cidade, o local foi utilizado para diversas funções militares. Atualmente, o castelo abriga quatro museus, entre uma Pinacoteca e um museu de belas artes.
- Basilica de Sant’Ambrogio: fundada do século 4 (sim, esse local tem mais de 1600 anos!!!!), esta igreja românica é uma das mais importantes de Milão. É uma construção muito bonita e muito histórica, vale muito a pena de se visitar. Uma curiosidade é que os restos mortais de Santo Ambrósio, que morreu em 390, ainda continuam na cripta.
- Stadio San Siro: também conhecido como Giuseppe Meazza (para os interistas), é o estádio que os dois maiores times da cidade, Milan e Inter, compartilham. No local, é possível realizar um tour, além de poder visitar um interessante museu sobre a história do dois clubes.

Vestiário do estádio (da parte do Inter)
- Igreja de San Bernardino alle Ossa: localizada próxima ao centro, esta igreja não é consta nos guias de viagem, porém deveria. Possui um ossário de respeito, que chama muita atenção. Inicialmente, o ossário original foi criado em 1200, quando o cemitério ao lado não possuía mais espaço. Depois, a igreja foi construída ao seu lado, que incorporou o ossário como uma capela. O modo de como os ossos estão organizados, porém, remonta ao século 17, quando a igreja foi remodelada após um incêndio. De qualquer forma, é um lugar bem peculiar que merece uns minutos de visita.

Detalhe dos ossos nas paredes
- Igreja de San Maurizio al Monastero Maggiore: outra que não consta nos guias de viagem e que deveria, é esta igreja, conhecida como a Capela Sistina de Milão. Sua fachada é bem simples e parece uma simples igreja. Entretanto, ao se entrar nela, é possível perceber o porquê de seu apelido. Cobertas de afrescos que datam do século XVI, talvez o motivo de seu desconhecimento sejam os pintores, que não são nomes muito famosos, como Bernardino Luini. Entretanto, seu interior é espetacular, com paredes muito decoradas e com diversas capelas. Então, se possível, inclua na sua visita à cidade, já que também é próxima ao centro.

Detalhe das pinturas do teto da Igreja de San Maurizio al Monastero Maggiore
- Igreja de Santa Maria em San Satiro: mais uma igreja simples, que não aparenta algo muito especial em sua fachada e que surpreende muito ao entrar. Construída no local de um santuário do século 9, o projeto da atual construção data do século 15. A igreja em si é bem pequena, o que fez com que seu idealizador tivesse uma sacada genial: pintar o coro em perspectiva. Deste modo, a igreja parece realmente muito maior do que é. Somente chegando muito perto da parede é possível perceber a ilusão de ótica. Incrível observar que no século XVI a arte já era tão desenvolvida.

Apesar de parecer muito mais profundo, o coro dessa igreja possui apenas 1 metros de profundidade…
- Tempio della Vittoria: outro local totalmente desconhecido pelos guias impressos, este edifício-monumento é uma homenagem aos italianos mortos durante a Primeira Guerra Mundial. Por ser algo relativamente distante de nós, brasileiros, pode ser algo interessante de se visitar, já que é bem próximo à Basilica de Sant’Ambrogio.

Monumento visto de fora. Dentro, há os nomes de todos os italianos mortos na Primeira Guerra.
- Piazza Gae Aulenti: é uma praça moderna, que abriga o maior prédio de Milão, Unicredit Tower, além de 2 jardins verticais. Essa parte da cidade é uma das mais caras, já que une sofisticação, com diversas lojas e restaurantes caros, com modernidade. Vale a visita caso esteja na cidade. Contrasta muito com a parte antiga e histórica da cidade.

Um dos edifícios da Piazza Gae Aurenti, o Unicredit Pavillion é um auditório que recebe eventos variados.
Visão Geral
Milão é uma cidade surpreendente. É uma grande cidade que une o histórico ao moderno, com diversas atrações para todos os gostos. Amantes da moda, apreciadores da arte e da história. Todo mundo sai satisfeito da cidade.
Outro ponto bastante interessante de Milão é a gastronomia. Destaque para os famosos aperitivos, que é basicamente como um happy hour, em que somente se paga a bebida e se tem à disposição um buffet com comidas variadas. Bem gostoso. O preço varia de 8 a 12 euros e há vários locais na cidade que operam nesse esquema. Outra pedida em Milão é a pizza. Comi em um restaurante no centro uma pizza deliciosa, que saiu bem em conta. O nome da pizzaria é Piz e sua massa estava fininha, com um molho de tomate bem saboroso.

Pizza Margherita da Pizzaria Piz.
No geral, Milão foi uma cidade que gostei bastante de visitar e que recomendo. Caso tenha vontade de visitar a Itália, inclua a cidade em seus planos!
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