Depois de 1 semana na República Tcheca, segui em direção à Áustria, onde também ficaria por 7 dias.
De Cesky Krumlov a Viena, acabei escolhendo por pegar um shuttle, que me saiu bem caro, diga-se de passagem (30 euros para uma viagem de 2h30). Entretanto, acho que foi uma boa escolha, já que deu para economizar um bom tempo em relação ao trem, como também ver belas paisagens no caminho.

Caminho entre Cesky Krumlov e Viena, no meio de bosques…
Com apenas 8 milhões de habitantes, a Áustria é um país localizado bem no centro da Europa, e possui muita história. Foi o centro do Sacro Império Romano-Germânico de 962 até 1806, quando este grande território, que chegou a abranger Alemanha, Áustria, Suíça, partes da Itália e da França, se dissolveu. Assim, foi fundado o Império Austríaco, que abrangia grande parte da Europa Central, incluindo o território atual da Áustria, além de Eslovênia, países tchecos, Hungria e Croácia. Essa força política se manteve ao longo dos séculos, tendo culminado na criação do Império Austro-Húngaro em 1867. Este território durou até o final da Primeira Guerra Mundial, quando foi dissolvido, formando os territórios da Áustria e da Hungria.
Durante a Segunda Guerra, porém, a Áustria foi anexada à Alemanha, ficando sob domínios alemães de 1938 a 1945. Somente após o fim da Guerra, a Áustria voltou a ser uma República independente.
Desde 1995, o país está na União Europeia, tendo sido um dos primeiros países a adotar o euro. Atualmente, o país é considerado um dos melhores do mundo para se viver, com um altos índices de PIB per capita e IDH.
Durante minha estada no país, acabei escolhendo 2 locais para conhecer, principalmente devido à hospedagem. Como tenho uma amiga que mora em Viena, fiquei por lá por 4 dias, hospedado em sua casa. Após isso, seguimos para o sul do país, mais especificamente na cidade de Reifnitz, que fica próxima a cidade de Klagenfurt. Lá acabei sendo hospedado por sua avó, uma simpática senhora que me acolheu super bem.
Em relação a Viena, foi uma cidade que me surpreendeu muito positivamente. Visitando-a pude perceber por que é reconhecida como a melhor cidade do mundo para se viver. Sistema de transporte público impecável, ciclovias, bikes grátis, rio limpo, museus bem cuidados… Muitas coisas a serem buscadas por nosso país.
Em relação aos pontos turísticos, a cidade tem vários destaques:
Castelo Schönbrunn: também conhecido como Castelo de Sissi, a imperatriz, este palácio foi a residência de verão da família imperial. Possui vários cômodos interessantes, como a Sala dos Espelhos, onde Mozart tocou pela primeira vez para a realeza, ao 6 anos de idade. Além do palácio, que é pago, há também os jardins e a Gloriette, que acabei curtindo mais (e que são grátis!). Na minha opinião, foi uma visita válida, mas achei bastante caro (17 €) e acredito que não valeu muito a pena entrar no palácio (para mim pareceu – com as devidas proporções – um Museu do Ipiranga supervalorizado).

Castelo de Schonbrunn

Gloriette, localizada nos jardins do castelo

Castelo de Schonbrunn e cidade de Viena ao fundo
Museu de História Natural: com certeza, está no meu top 3 de museus que visitei neste mochilão. Possui mais de 20 mil peças, entre rochas, minerais, fósseis, ossos de dinossauros, animais empalhados, insetos e muito mais. Além da coleção, a arquitetura é muito bonita também. Recomendo fortemente a visita ao local se você se interessa por estes assuntos.
Museu do Freud: está localizado na casa em que Sigmund Freud, o pai da psicanálise, viveu, até sua fuga para Inglaterra em 1938. Conta a história de sua vida, através de documentos, objetos e filmes. Bastante interessante.

Fachada da Casa-Museu do Freud
Palácio Imperial (Hofburg): sede administrativa durante o Império Habsburgo, atualmente o complexo abriga a Biblioteca Municipal e alguns museus. Acabei não entrando, mas sua arquitetura é bastante interessante.

Hofburg visto à noite
Catedral de São Estêvão: é a catedral gótica mais importante da Áustria, e não por acaso. Muito imponente, com um pé direito alto, possui um telhado bastante peculiar, feito de ladrilhos coloridos.

Detalhes do telhado da Catedral de São Estêvão
Museu de História da Arte: localizado na Marie-Theresien-Platz, em frente ao Museu de História Natural, este museu abriga a coleção de arte dos Habsburgos, com pinturas de conceituados artistas, como também antiguidades gregas, romanas e egípcias. Infelizmente, não consegui visitá-lo, então fica para a próxima vez.

Museu de História da Arte, com a famosa praça arie-Theresien-Platz em frente.
Igreja Karlskirche (São Carlos): igreja datada do século 18, sua arquitetura é bastante diferenciada. Como está localizada no centro de Viena, uma visita rápida vale à pena.

Curiosa arquitetura da Igreja de S. Carlos
Rio Danúbio: inacreditavelmente (pelo menos para mim que sou paulistano), o rio que corta a cidade de Viena (e também as capitais Bratislava e Budapeste) é limpo! Por isso, no verão, é possível observar muita gente em suas margens, tomando sol ou se refrescando em suas águas. Como eu estava lá nessa época, resolvi aproveitar e também nadar um pouco por lá. Foi uma experiência muito legal e recomendo fazê-la caso tenha a oportunidade. Não consigo me imaginar indo com meus amigos mergulhar no Tietê em São Paulo para me refrescar…

Esportes náuticos no Rio Danúbio. Podia muito ser em SP…
Outros museus: Viena é conhecida pelos diversos museus que possui. São vários espalhados pela cidade e, geralmente, possuem um preço não muito amigável a mochileiros, como eu. Por isso, acabei visitando somente aqueles que me interessaram mais. Entre os outros museus, destaque para: Museu Leopold (Modernista e Expressionista), Casa de Mozart (onde o compositor viveu), Museu de Arte Moderna, Museu Hundertwasser (em homenagem ao artista homônimo), Museu Albertina (com diversas exposições), Museu Romano, Museu de Viena, Museu dos Relógios, etc… São várias opções! Se gosta de museus, esta é a sua cidade!
Além desses pontos turísticos, outra coisa bem legal de se fazer em Viena é simplesmente passear pela cidade sem pretensões, seja a pé ou em bikes. Caso escolha por essa última opção, utilize as bicicletas da prefeitura. Depois de realizar um breve cadastro no totem, o aluguel para a primeira hora sai por apenas 1 euro!! Muito barato!
Comer em um Heurigen: ao redor de Viena, há diversas vinícolas, que, para quem gosta de boa comida, é imperdível! Nesse tipo de restaurante/taverna, são vinhos vendidos produzidos pelo local, assim como há diversas opções de comida. Entre elas, pães, patês, geleias e comidas típicas, como um delicioso joelho de porco que comi.

Vinhedo nos arredores de Viena

Janta maravilhosa em um Heurigen
Após Viena, a próxima parada seria Klagenfurt, no sul da Áustria. Por isso, pegamos um ônibus da FlixBus até essa cidade, onde depois a vó da minha amiga nos daria carona até sua casa, localizada na cidade Reifnitz.
Nessa região, que se chama Caríntia (em alemão Kärnten), há muita natureza, sendo o lugar ideal para descansar. Há muitas florestas, além de lagos, o que acaba criando uma paisagem linda.
Entre os pontos que visitei ali onde estava, destaque para:
Lago Worthersee: maior lago alpino da região de Caríntia, é um balneário no verão, atraindo milhares de turistas todos os anos.

Nadando no Lago Worthersee, logo ao amanhecer
Lagos no entorno: além do Worthersee, há diversos outros belos lagos na região, que são ideais para nadar ou até mesmo para uma simples caminhada ao redor.

Belo lago na região de Caríntia
Velden am Worthersee: uma das principais cidades em torno do lago, é muito frequentada por turistas, principalmente no verão. Lá, é possível encontrar desde restaurantes mais chiques até cassinos.

Velden am Worthersee de noite
Pyramidenkogel: uma das maiores montanhas da região, possui uma torre de madeira que serve de mirante. De lá de cima, é possível avistar toda a região, incluindo o lago Worthersee, além das cidades no seu entorno. É uma vista incrível que vale muito à pena.

Vista incrível do mirante da Pyramidenkogel

Torre de madeira localizada em cima da montanha
Passeio pela floresta: nesta montanha, no caminho à parte mais alta, há uma bela floresta temperada que merece atenção. Para um futuro engenheiro florestal, como eu, é muito bonito e diferente de se ver. Nesse passeio, acabei encontrando blueberries selvagens, que estavam deliciosas.

Colhendo saborosos blueberries nas matas austríacas…
Visão geral
Além dos diversos pontos turísticos, algo que também me chamou a atenção foi a culinária austríaca. Comi alguns pratos realmente deliciosos. Além do joelho de porco (Stelze), que já citei acima, destaque também para o schnitzel, que se parece muito com o nosso bife à milanesa e para o Spätzle, um macarrão diferenciado. Entre os doces, vale provar o apfelstrudel (massa folhada recheada de maçã) e o kaiserschmarrn (massa doce frita servida com calda de frutas).
Com belos atrativos culturais e gastronômicos, a Áustria é um belo país que merece grande atenção dos turistas. Além de muita história, conta com inúmeras belezas naturais, como lagos e alpes, que, por sinal, fiquei com muita vontade de visitar. Por isso, acredito que a visita ao país vale muitíssimo à pena. Recomendo!
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